A folia passou, foi intensa, mas agora o Gastronomia por Esporte está de volta. Mas aqui o clima, com certo atraso, continua. A Feijoada do Amaral é dos eventos mais tradicionais do Rio. A festa reúne muita gente bonita, alguns famosos (não vi quase nenhum este ano) e quem estiver disposto a desembolsar R$ 550 pela camisa-convite. Acompanhado pelo amigo Chico Torcedor, lá fui eu fazer minha estreia no evento que acontece há 36 anos. E como não poderia deixar de ser, vamos fazer nossa crítica.
Em um evento para mais de mil pessoas, é praticamente impossível conseguir fazer uma comida de extrema qualidade. Mas eu esperava muito mais do badalado feijão que teve a assinatura do Chef Tião, que passeava pelo salão falando com todo mundo. Carnes irregulares e pouco tempero no feijão. O caldinho, por exemplo, só tinha graça mesmo se você colocasse torresmo ou um pouco do líquido da panela das carnes, coisas que eu fiz.

Chef Tião, o responsável pela feijuca, cuidou pessoalmente de tudo.. Este era o apenas correto caldinho..
A variedade pelo menos era grande. Carne seca, paio, lombo, costela, linguiça e língua defumadas e frescas… Além delas, as que costumam fazer pessoas torcerem o nariz também estavam lá como rabo e orelha. O que achei incrível foi errarem o ponto de cozimento das linguiças. Firmes demais e pouco saborosas. Pena.
Me chamou atenção também uma panela de chã assado. Mas este estava muito ruim mesmo. Duro, com pouco tempero e bem seco apesar do caldo. Um erro incrível.

Registrei de perto antes de provar porque achei interessante a ideia.. Mas foi talvez o maior erro da feijoada..
Como acompanhamento, um pernil assado que sim, estava muito gostoso. O molho tinha acidez e doçura bem equilibrados.

Pernil assado estava bem saboroso e com molho equilibrado.. O melhor da feijoada não estava no feijão!
Ah! Tinha ainda linguicinha frita, torresmo, aipim e couve. Serviam de aperitivo e a saída foi tanta que em certo momento o aipim acabou e foi colocado com substituto batata frita.
Legal também foram as opções de farofa e pimenta. Eram quatro de cada. As farofas: alho, ovo, banana e de pimenta. Esta última estava muito gostosa e era feita com farinha de milho. Já as pimentas eram: malagueta, dedo de moça, de cheiro e misturadas com um caldo de feijão. Para beber o ingresso incluia cerveja Devassa, a patrocinadora, refrigerantes Schin (pesado) e caipi com cachaça ou vodka.
Doces como pudim, de abóbora com coco, de abacaxi, de banana além de brigadeiros equilibravam a glicose dos foliões.

Muitas opções de doces, mas nada a se destacar.. O pudim, inclusive, muito abaixo do que se espera..
Segundo consta, foram 200 quilos de feijão e mais de cem só de carnes. Apesar da comida estar extremamente irregular, o serviço funcionou e tudo era reposto com extrema rapidez. Mas o que vale lá mesmo é o evento. Se você está esperando comer uma boa feijoada, lá não é o lugar ideal. Mas se você quer se divertir, pode arrumar um jeito de ir no ano que vem.
O samba inicial foi muito bom. Mas o auge veio com o baile comandado por Latino. Sim. Ele é brega e suas músicas possuem letras extremamente pobres e bobas. Mas o cara tem carisma e levantou quem foi ao evento com muita energia. No fim das contas valeu. E é sempre engraçado ver o velho amigo Chico tirar fotos como uma celebridade.
Mais informações sempre no Twitter e no Instagram (@GastroEsporte). Até a próxima! Beijos em todos!